AVC / DERRAME
Já de início vou aproveitar para dizer a informação mais importante deste artigo e possivelmente mais importante de todo este site: O AVC É UMA EMERGÊNCIA NEUROLÓGICA!
Isto significa que se você presenciar alguém com sintomas sugestivos de AVC ( falarei abaixo sobre os sintomas), chame o SAMU ou a depender das condições locais leve a pessoa para o hospital o mais rápido possível!
A medicação disponível para tratamento do AVC isquêmico ( maioria dos casos) só pode ser aplicada em até 4 horas e meia do início dos sintomas e claro, quanto mais cedo for administrada, melhor o efeito e menor serão as sequelas do AVC.

AVC isquêmico, AIT e AVC hemorrágico
Existem dois tipos de AVC: AVC isquêmico e o AVC hemorrágico.
A sigla AVC significa: Acidente Vascular Cerebral
AIT significa: Ataque Isquêmico Transitório
Já o termo “derrame” é um termo popular para se referir ao AVC, seja ele isquêmico ou hemorrágico.

AVC isquêmico
O AVC isquêmico ocorre quando há interrupção do fluxo sanguíneo cerebral.
A área do cérebro que parou de receber sangue sofre necrose isquêmica, ou seja, aquela área morre por falta de circulação do sangue.
Qual a consequência disso? Bom, cada área do nosso cérebro é responsável por uma função, como falar, movimentar o braço direito, braço esquerdo, perna direita e assim por diante, então o sintoma do AVC será de acordo com a área afetada.
Por exemplo, se a pessoa tem um AVC isquêmico na área da fala, ela perderá a capacidade de falar, se for na área do braço direito ficará com uma fraqueza neste braço.
Você provavelmente conhece alguém que teve um AVC e ficou com um lado todo do corpo paralisado, neste caso, a área do AVC foi muito extensa e pegou todas as áreas responsáveis pelo movimento da perna e braço daquele lado.
AIT
O AIT ( Ataque Isquêmico Transitório) é um evento isquêmico que cursa com os mesmo sintomas do AVC isquêmico, no entanto há melhora espontânea desses sintomas.
AVC hemorrágico
No AVC hemorrágico, o mecanismo é diferente, em vez de ocorrer interrupção do fluxo de sangue, há ruptura do vaso sanguíneo dentro do cérebro. E novamente os sintomas serão de acordo com a região do cérebro afetada.
O AVC hemorrágico ( dependendo da sua magnitude) tende a ser mais grave que o AVC isquêmico.
Sintomas de AVC
Os sintomas do AVC geralmente começam de forma repentina, podem ser sintomas de AVC:
– Dificuldade para andar
– Dificuldade para falar
– Alteração da visão
– Paralisia no rosto / boca “torta”
– Fraqueza e/ou dormência de um lado do corpo ou em apenas um membro
– Dor de cabeça repentina e intensa ( bem mais comum no caso de AVC hemorrágico)
O tratamento correto depende do tipo de AVC, por isso é preciso chegar ao hospital o mais rápido possível para realizar exames e descobrir o tipo do AVC e iniciar o tratamento adequado.
Se caso tratar-se de um AIT, também está indicado tratamento específico a depender das características dos sintomas, idade e comorbidades do paciente.


O que fazer após o AVC?
Após a fase aguda do AVC é preciso investigar a causa do AVC por meio de exames mais detalhados e específicos, podem ser feitos ainda durante a internação ou posteriormente em consulta com o neurologista.
A partir da causa encontrada o médico neurologista irá indicar o melhor tratamento (geralmente medicações de uso contínuo) para reduzir os riscos de um novo AVC, é a chamada “profilaxia secundária”.
Vale lembrar que em caso de AIT (Ataque Isquêmico Transitório) está indicado realizar a mesma investigação para reduzir a chance de ter um AVC.


Qual o risco de uma pessoa ter um AVC ao longo da vida?
O risco de AVC para homens e mulheres é de aproximadamente 25% ao longo da vida! Isso significa que a cada 4 pessoas, 1 terá um AVC! Em todo o mundo o AVC é a segunda causa de morte e incapacidade.
Principais fatores de risco modificáveis para o AVC:
– Hipertensão ( pressão alta)
– Diabetes
– Colesterol alto
– Tabagismo
– Obesidade
– Doença cardíaca
– Uso de álcool e substâncias
– Sedentarismo
– Dieta pobre em vegetais e rica em gorduras e açucares
A maioria dos AVCs podem ser evitados com mudança do estilo de vida, então faça sua parte e fuja destes fatores de risco!

————– Autoria: Dra. Renata Resende —————
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