Dra. Renata Resende

ENXAQUECA

O médico especialista em enxaqueca e outras dores de cabeça é o Neurologista.

A enxaqueca ( também chamada migrânea) acomete cerca de 12 a 15% da população, sendo mais comum nas mulheres. As primeiras crises ocorrem principalmente entre os 30 a 40 anos, mas podem iniciar em outras idades.

Sintomas da enxaqueca

A enxaqueca tem apresentação complexa e apresenta outros sintomas além da dor de cabeça propriamente dita.

Horas ou até mesmo dias antes da dor podem aparecer sintomas como fadiga, bocejos, alteração do humor, inquietude, dor cervical, sensibilidade ao som e a luz.

Ainda, alguns pacientes podem apresentar logo antes do início ou até mesmo durante a dor de cabeça sintomas que são chamados de aura, estes sintomas duram cerca de 5 minutos a 1 hora e apresentam melhora espontânea.

E ainda, é possível que o paciente apresente a aura isolada sem evolução para a dor de cabeça.

Quais são os sintomas da aura da enxaqueca?

A aura se manifesta por meio de sintomas visuais, sensitivos, vertigem e em alguns casos até com dificuldade na fala e sintomas motores, o que pode até ser confundido com um AVC ( acidente vascular cerebral).

O principal tipo é a aura visual que pode se manifestar como manchas cegas na visão, zig-zag luminosos, pontos brilhantes, flashes de luz. 

Bom e após a aura, vem a fase mais temida, a fase de dor! A dor da enxaqueca geralmente é dor de forte intensidade, unilateral, pulsátil, pode vir associada a náuseas e vômitos, piora com claridade, barulho e até mesmo alguns odores podem piorar a dor. 

Ainda não acabou – cerca de 80% dos pacientes apresentam a fase de pósdromo, mas bem conhecida como “ressaca da enxaqueca” que pode persistir por até dois dias após a melhora da dor e é marcada por cansaço, dores no pescoço e dificuldade de concentração.

Não é à toa que a enxaqueca é uma das condições que mais causam incapacidade, só perde para a lombalgia, a famosa “ dores nas costas/ dor na coluna”.

Algumas condições que podem desencadear as crises de enxaqueca

– Estresse emocional

– Jejum prolongado

– Distúrbios do sono

– Ingestão de álcool

– Alguns alimentos ( varia de pessoa para pessoa)

– Período menstrual

 
Enxaqueca Episódica e Crônica x Tratamento

A enxaqueca pode ser episódica quando as crises são infrequentes ou pode se tornar crônica. 

A enxaqueca crônica é definida como mais de 15 dias de dor de cabeça por mês, sendo pelo menos 8 com características de enxaqueca.

Tanto a enxaqueca episódica, como a enxaqueca crônica devem ser tratadas de forma adequada com medicações específicas para cada caso, pois o uso incorreto e abusivo de algumas medicações podem piorar o quadro.

Dentro das estratégias de tratamento da enxaqueca usamos dois tipos de medicamentos. Temos medicações que devem ser usadas apenas durante as crises e para casos em que as crises são muito frequentes é necessário medicações específicas para uso diário.

 

Toda dor de cabeça é enxaqueca?

Não! A enxaqueca é a segunda causa mais comum de dor de cabeça primária, a primeira é a cefaléia ou dor de cabeça tensional. Quando fala-se “ dor de cabeça primária”, isto significa que não há nenhuma doença no cérebro, como exemplo: aneurisma, tumor cerebral, aumento da pressão intrancraniana que possa ser responsável pela dor de cabeça, quando há alguma dessas condições dizemos que é uma dor de cabeça secundária.

Há outros tipos de dores de cabeça primárias que podem se confundir com a enxaqueca e em alguns casos requer exames e tratamento medicamentoso específicos, são as cefaléias trigeminoautonômicas, este grupo se caracteriza por dor de cabeça unilateral acompanhadas por sintomas do mesmo lado de lacrimejamento, congestão nasal, hiperemia ocular, sudorese facial e edema palpebral.

Enxaqueca: 6 formas não medicamentosas que auxiliam no controle

1- Dormir bem

2- Controle da ansiedade

3- Tomar bastante água

4- Evitar alimentos que possam piorar a sua dor

5- Atividade física regular

6- Não fazer uso excessivo de analgésicos